quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

A porta

 

O medo sente-se, inevitável, incontrolável como a tesão

Porta pesada, escancarada que se finge entreaberta

Um sonhado deste lado, outro sonhado do outro

Um que nos empurra pelas costas, desejo lúbrico, impaciente

O outro, põe firme a mão no peito com monstros e trevas sonhados

E a porta, é essa maldita porta que dita os termos da fronteira

Está aberta, mas mais parece trancada do que fechada

Fincam-se os pés, mas nada impede e avança a alma

E por muito que a vontade viaje, e ela viaja muito além do além

O sonhado permanecerá tão imaginado como quando ela partiu

O Adamastor apenas se domina, como nas descobertas de outrora,

Quando a porta aberta e fechada é mortalmente atravessada

Respostas? Apenas o outro lado as tem.



terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Querida


Apetece-me que saibas que me apeteces

Apetece-me saber que te apeteço

Jogo de apetites e por isso delicioso

Porque sei que o que te apetece...

Nem às paredes confessas...

Apenas poucas palavras que me apeteceu que saibas

Porque apenas, como tu, quero engolir a vida

Em pedaços inesquecíveis