domingo, 29 de abril de 2012

Descansa



Quem me dera ser perverso, tarado, safado
Mostrar-me, ousar-me, provocar a indecentemente a decência
Sentir no teu olhar o poder gozar o gozo sem ser julgado
Pois condenado pelo mesmo crime outra vez é inclemência

Estar perante ti mais que nú, estar transparente
Não ter medo que tenhas medo de me olhar amanhã
Somos gente e como gente que somos, de repente
A boca que me toca foi a que me lambeu e trincou a maçã

Foda-se para a loucura que me consome
Não quero vender nem comprar e nem convencer-me a tal
Apenas quero o que quero sem ter de perceber que fome
Me faz agora sentir-me bem, e daqui a pouco, mal

Descansa,
Se pensares que sou perverso, tarado, safado
Deixarei de ser quem recua e não avança
Serei um desejo concretizado

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Ménage


Três

É a conta que Deus fez.

Quem não pensou?

Elas, egoístas preferem não partilhar e ser o centro, literalmente das atenções.

Eles, submissos de peito inchado preferem a partilha e terem o privilégio de serem parte...

A fantasia é delas. E deles que gostam delas.

O ser alvo preferencial de dupla atenção. E que mulher nunca pensou em tal?

Aqui o poeta nunca diria “o rio corre bem ou mal”, porque aqui o “rio” corre e de que maneira, nessa fonte matreira que acorda o querer sem querer.

Espero tê-la despertado.


Pelo prazer de saber, não pelo prazer de querer.

Saber querer e querer saber. Dois prazeres, duas tesões. Mais a fonte molhada, eis o ménage.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Tusa


A tusa que a nudez nos dá.
Dá mais tusa mostrar ou ver? Pergunta ridícula porque a tesão está toda no ser visto. Um olhar sente-se. É quente sobre a pele, e quanto mais sensível ela for, mais escaldante a sensação.
E não há pele mais sensível do que a do entrepernas, seja dele, seja dela.
Para os mais javardos, da cona ou do caralho, para os mais puristas, da coisa ou do coiso.
Dizem que os olhos são as portas para a alma, por isso nada há mais intimo que possa ser tocado do que toque dum olhar.
Digam-me que há algo mais intimista do que a troca de olhares quando fodemos e estarão a mentir.
Os olhos tudo dizem, os olhos tudo mostram, porque esses sim, são a nossa verdadeira nudez.
Penetram-nos à bruta e sem cerimónias pelo nosso maior órgão sexual adentro, o cérebro.
Agora imaginem, porque de imaginação se trata mesmo sendo o acto real, que brincadeiras o cérebro faz quando sente o calor dum olhar nas nossas partes mais quentes…
A tesão de imaginar que ela está imaginar o que fará ou poderia fazer com o que está a ver, ou quanto apetitosa é cabeça aonde ela irá passar a língua dali a uns instantes…
Onde será que ela se vai demorar mais?
Lambendo-nos por debaixo numa troca de olhares com um caralho pelo meio? Ou fará da língua uma bailarina atordoante que varre todo o palco?.
Foda-se, que tusa é saber que uma mulher nos olha para o caralho!