domingo, 29 de abril de 2012

Descansa



Quem me dera ser perverso, tarado, safado
Mostrar-me, ousar-me, provocar a indecentemente a decência
Sentir no teu olhar o poder gozar o gozo sem ser julgado
Pois condenado pelo mesmo crime outra vez é inclemência

Estar perante ti mais que nú, estar transparente
Não ter medo que tenhas medo de me olhar amanhã
Somos gente e como gente que somos, de repente
A boca que me toca foi a que me lambeu e trincou a maçã

Foda-se para a loucura que me consome
Não quero vender nem comprar e nem convencer-me a tal
Apenas quero o que quero sem ter de perceber que fome
Me faz agora sentir-me bem, e daqui a pouco, mal

Descansa,
Se pensares que sou perverso, tarado, safado
Deixarei de ser quem recua e não avança
Serei um desejo concretizado

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